Passeio literário e Bienal do Livro de São Paulo

Estou de volta da minha viagem e para piorar estou com uma inflamação de garganta na véspera da minha volta às aulas! Isso é que é sorte!

Para os curiosos, ou não, minha curta viagem foi para São Paulo. A princípio era para ir à Bienal do Livro, mas como nunca estive naquela cidade antes, fui com meus pais e ficamos lá por cinco dias a fim de conhecer os principais pontos da grande metrópole latinoamericana. 

E por que não fazer um passeio literário também? À medida que íamos passando por lugares relacionados a livros, eu dava um jeito de parar e apreciar. Comecemos pela FNAC da Avenida Paulista, que ficava relativamente perto do hotel. Não achei ela muito diferente da FNAC daqui de Brasília.





Provavelmente a única diferença que notei foi que lá em São Paulo há vários livros em francês, incluindo Clarice Lispector - por que não?!

No dia seguinte, conheci a famosa Livraria Cultura do shopping Conjunto Nacional, que é uma das maiores do mundo (ahhh!). Têm livros dos quais nunca ouvi falar - realmente é de fazer o queixo cair.

Uma entrada bem modesta, não acham?







O próximo destino foi meio que por acaso, uma vez que o espaço não é dedicado a livros de literatura, mas para os amantes da fotografia como eu, assim como das artes e da poesia, vale a pena conferir! É no Instituto Moreira Salles, um prédio lindíssimo, quase no fim da Avenida Paulista.







A biblioteca de lá é maravilhosa, é um espaço contemporâneo e que dá inspiração para estudar/ler/criar.



No final da Paulista, já quase no limite da Rua da Consolação com o bairro Baixo Augusta, passamos por um cantinho que parecia uma das passarelas subterrâneas de Brasília. Fiquei curiosa, mas por estarem entrando um pessoal meio "alternativo de mais para o meu gosto", concluí que deveria ser uma espécie de bar underground, quando, na verdade, perdi uma maravilha chamada Passagem Literária da Consolação. Pelas fotos que vi no Google, parece um espaço alternativo mesmo, e a iniciativa é de ser um sebo literário/passagem artística. Bom, fica pra próxima! E quem se interessou, deixo aqui a página do Facebook da Passagem Literária (que está desatualizada, por sinal).

No mesmo dia ainda passei na Casa das Rosas. A Casa foi projetada no início dos anos 1930 pelo arquiteto mais famoso de São Paulo, e foi construída como presente de casamento para a filha dele. O espaço é bem singelo, com um jardim florido com rosas de vários tipos e a decoração interna ainda é bem preservada desde a época em que a dona e sua família viveram lá. Desde a inauguração do espaço como centro cultural, ele é usado como local de celebração da literatura, especialmente da poesia. Lá homenageiam um dos fundadores da poesia concretista, Haroldo de Campos. Decidi colocar apenas as fotos da pequena biblioteca abrigada na Casa, mas tem tanta coisa bonita que recomendo uma visita a todos que forem a Sampa.








Ainda naquele dia (poxa, como rendeu!) entrei em uma galeria e sem querer descobri um tesouro escondido: a livraria Martins Fontes. Eles literalmente aproveitam cada centímetro da loja para ocupar com um livro, o que achei encantador. Acabei gostando mais de lá do que da Cultura, apesar do espaço ser bem menor. 








Até livros de TEDTalks têm lá! Eu nem sabia que isso existia!


Me senti em casa com esses livros empilhados no chão!

Aquela vontade de comprar o que você não precisa... (não comprei)

Essa baguncinha me encantou

Na quinta-feira fui à Bienal do Livro e apesar de valer pela experiência, não gostei tanto quanto esperava. Primeiramente, os preços dos livros em que eu estava interessada estavam iguais aos das lojas, o que acabou por não compensar carregá-los na minha mochila de volta a Brasília; em segundo lugar, não sei se fui em um dia ruim, mas tinham muitas crianças e adolescentes suados, gritando e se amontoando por toda parte (acho bacana incentivarem a leitura dessas faixas etárias, mas vocês não imaginam o tanto de espaço que esses pimpolhos ocupam). Por último, tinham muitos, muitos livros de youtubers, de auto-ajuda e de atrizes-mirins. Para quem ficou a tarde inteira sem beber água porque não achou bebedouro, e só comprou um livro, até que eu saí bem feliz dali. Deixo aqui um vídeo que fiz da minha experiência/algumas imagens que tirei com o meu celular.


Para terminar minha jornada literária, na sexta-feira passei pelo prédio/atual shopping Light, onde me deparei logo na entrada com uma Livraria Leitura fofinha. 



Em seguida, tive a honra de entrar e de fazer um tour guiado no Teatro Municipal, que, apesar de não ser diretamente ligado à literatura, foi o local onde toda a história da arte brasileira se transformou, na Semana da Arte Moderna em fevereiro de 1922. Saber que estive no mesmo espaço onde um dia os Andrades, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Victor Brecheret, Villa-Lobos e tantos outros famosos estiveram para causar a confusão que seria o estopim de uma modernização dos conceitos estéticos das artes do Brasil.

Já do lado de fora dá para se ter uma ideia da beleza desse importante edifício

Infelizmente a guia do Teatro pediu para que não compartilhássemos as imagens que tiramos (acho que por causa de direitos de imagem e tal), mas deixo aqui uma foto de um alarme de incêndio no saguão de entrada daquela construção - é original, provavelmente de 90 anos atrás. Ninguém sabe se funciona, mas espero que sim, pois foi o único alarme de incêndio que vi por lá!


Adorei os imperativos. Quebrar o vidro! Empurrar! Largar!





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