Fotografia de rua?

Vivian Maier, a fotógrafa que me inspirou a documentar
meu cotidiano.
 

  Faz pouco mais de um ano que eu comecei a me interessar por esse ramo da fotografia. Sem querer, no Pinterest, comecei a fuçar umas pastas da Vivian Maier e fiquei vislumbrada pelas imagens que ela tirava (a história dela também é muito interessante). Aos poucos, fui conhecendo os nomes mais conhecidos da fotografia de rua, como Cartier-Bresson, Jacques Henri Lartigue, Helen Levitt, Diane Arbus, Robert Doisneau e Susan Meiselas. A idade de ouro da fotografia de rua e do fotojornalismo foi, sem sombra de dúvida, entre 1930 e 1970. A Segunda Guerra Mundial e a inexistência das stock photos corroboraram para o surgimento de câmeras portáteis e leves, além de profissionais que atendessem à demanda dos jornais.



Foto de Alice Brill
      Mas eu não achei nenhum fotógrafo de rua brasileiro, ou pelo menos latino-americano, daquela época. O mais próximo que cheguei foi a Alice Brill (uma alemã que chegou em São Paulo aos 12 anos de idade e passou a maior parte da vida dela estudando nos EUA e na Europa) e o Chico Albuquerque, o qual chegou até mesmo a produzir um filme ao lado de Orson Welles. Mas o "seu Chico" não era um fotógrafo de rua, e sim de retratos. Foi uma decepção meio que já prevista, porque o Brasil sempre foi meio atrasado.

       Decidi então que caberia a mim registrar a vida como ela é, no meu Brasil, na minha Brasília. Não estamos mais no século passado, mas ainda hoje é raríssimo encontrar fotógrafos de rua brasileiros. Eu, que já tirava fotos de desconhecidos na rua, com o celular (eram bem borradas e com muito zoom, para a pessoa não me ver), tive muita dificuldade para desbravar lugares cheios de gente e para aproximar a câmera de estranhos. Na verdade, até pouco tempo atrás eu só tirava fotos de gente de costas. Não vou dizer que hoje sou mestre em fotos próximas, porque não sou, mas já perdi o meu acanhamento inicial. Aliás, fotografia de rua não é só sair por aí fotografando pessoas que nem um maluco; a imagem precisa de uma história. Não é uma regra, mas dá mais emoção tanto na hora de fotografar quanto na hora de ver o resultado. Às vezes a foto de uma lixeira fala mais do que outra com uma pessoa sentada, posando para você - isso eu garanto, já que tenho uma coleção de fotos de latas de lixo.

          A técnica está em treinar seu olho para fazer uma narrativa de uma cena cotidiana, muitas vezes perpassada por nós devido ao hábito de ignorar o banal. Sair às ruas e observá-las com interesse, até mesmo sem uma câmera, é um exercício que proporciona uma melhor visão de mundo e desenvolve a empatia. Inclusive isso foi tema de um filme do Fáuston da Silva, o maior produtor de curta metragens do DF - o nome desse curta que eu mencionei é O Melhor Fotógrafo do Mundo, e você pode assisti-lo aqui (obs: o link cai no youtube).

             Enfim, agora vamos às minhas fotos, chega de blá blá blá.

 
Uma das minhas primeiras tentativas. Tirei essa em uma viagem, em julho de 2015.  Eu estava dentro da van em movimento, com muito zoom na câmera do celular (hehe)

Dezembro de 2016 


1º de janeiro de 2017.

Foto de março do ano passado. Nessa época eu curtia muito as fotos do William Eggleston e quis imitar o estilo dele.

Foto também de março do ano passado.

Dá para ver que eu estava tentando ser o mais discreta possível, né? Mesmo assim, até agora gosto muito dessa foto.


Foi minha primeira e última vez falando com a pessoa que eu fotografei. Eu queria uma foto que parecesse espontânea, e como vocês podem ver, não deu certo. A moça era simpática, mas o fato dela posar para a foto tirou o contexto da Greve Geral do foco.









A partir daí eu passei a experimentar mais com as escalas de cinza. Essa foto foi tirada com o meu antigo celular e por mais que a qualidade esteja terrível, eu gostei do que ela captou. Tem muita história por trás dessa imagem.


Outra foto que eu amo, também tirada com o celular. Ficou bem vibrante e o melhor de tudo foi que ainda peguei o moço epintando a banca 


Essa foto já é mais recente, de janeiro deste ano. Tirei-a no dia em que fui para Olinda.



Dia 1º de abril - Torre de TV de Brasília. Essa foto era originalmente colorida, mas o balanço branco do céu não ficou bom (estava muito nublado nesse dia e ficou claro demais)



Feira de artesanato da Torre de TV


Estádio Mané Garrincha, projeto de quase dois bilhões de reais, construído para a Copa de 2014. Hoje está caindo aos pedaços devido à falta de manutenção. 


 Marrielle presente também na lixeira, por que não?


Ainda na Torre de TV (área da feira de artesanato)



Turistas na Torre de TV


Ainda na Torre de TV - estava começando a chover e essa moça não queria "estragar" o cabelo.


Mais uma foto de lixeira... acho que vou fazer uma coletânea das minhas fotos de lixeiras...

Casal de chineses, mais confusos do que eu com um mapa errado de Brasília - não confiem nos mapas de Brasília feitos pelo GDF. Eles não sabem nada de geografia.


Só porque hoje é o aniversário da minha linda cidade...


PS: fiz essa postagem meio que na correria. Ainda pretendo editá-la, se tiver tempo.

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