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Mostrando postagens de julho, 2018

Resenha #11: Admirável Mundo Novo

Imagine um mundo onde as pessoas são produzidas industrialmente e idolatram Henry Ford. Agora adicione um pouco de reflexões filosóficas  à lá  Clarice Lispector. Nada disso parece combinar, certo? Entretanto Aldous Huxley juntou tudo isso na distopia mais poética que já li. Para um livro publicado em 1932, o autor poderia muito bem ser um viajante no tempo, pois preveu o sucesso das televisões,  do cinema 6D (sensível), dos aspiradores de pó, dos anticoncepcionais, dos balões meteorológicos e sabe-se lá o que mais.  No mundo de Admirável Mundo Novo ninguém nasce, e sim, é decantado e condicionado desde a fase embrionária a predestinadores, em uma esteira de produção no modelo fordista. De acordo com a classe - alfa, beta, gama, delta e ípsilon, o feto recebe compostos químicos que o adequam às funções sociais que o futuro humano irá desempenhar. Na infância, uma espécie de lavagem cerebral (hipnopedia) continua a controlar os "pensamentos" de cada um, convencendo-os a s

Um trabalho

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Mês passado escrevi uma mini-reportagem, com a ajuda de ótimas fontes, a respeito da intolerância religiosa contra o cristianismo dentro da universidade. Mesmo que seja por fins de "brincadeirinha", isso cutuca a ferida de muita gente, incluindo a minha, porque respeito é bom, né? Deixo aqui o texto, a pedidos, para servir de reflexão; seja você "religioso" ou não, o mínimo que você deve fazer é, de fato, respeitar as crenças dos outros.  (Decidi tirar print porque a formatação aqui no blog estava horrível)

Vale a pena assistir 3%?

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Decidi falar sobre isso porque acho que a série 3% é subestimada principalmente pelo fato de ser uma produção brasileira. Pelo menos na minha família, há um certo preconceito contra os filmes, seriados e novelas nacionais - o principal motivo é que comercialmente, o que costuma ser vendido são histórias bobas, com uma atuação medíocre e uma qualidade que deixa muito a desejar. Acho sim que tem muita gente por aí que pensa igualmente, e é por isso que peço para darem uma chance a 3%. Antes da série lançar, eu vi o trailer e pensei que a proposta da série era genial, além de parecer ser uma produção boa. Decidi dar uma chance e assim que o Netflix disponibilizou a série, comecei a assistir. O que eu mais gostei, logo de início, era o fato de não focarem em somente um personagem (no caso, a Michele, que a princípio é a típica protagonista amável e cativante). Não, na verdade, do início ao fim, você se depara com trocentos "protagonistas" que vieram de diversas realidades, ma

Mais resenha de série? Por que não?

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Durante toda a semana passada, antes de dormir, eu assistia pelo menos um episódio de uma série nova do Netflix, chamada "A Chuva". Ela lembra um pouco The Walking Dead, só que sem os zumbis. Queria ter começado assim que foi lançada, mas por causa dos trabalhos e das provas tive que deixar para mais tarde. Enfim, é uma série dinamarquesa muito, mas muito bem produzida. O enredo é bem simples, segundo o Netflix: "Seis anos após um vírus exterminar quase toda a população da Escandinávia, dois irmãos e um grupo de jovens sobreviventes partem em busca de segurança - e de respostas." Mas, como nada da vida é realmente simples, posso dizer que em apenas oito episódios a história é desenvolvida e o psicológico dos personagens é trabalhado intensamente. Simone e Rasmus, os dois irmãos, desconhecem tudo o que se passou durante os seis anos que passaram escondidos em um bunker, então você, como espectador, descobre tudo junto com eles. O fato dos episódios serem curtos

Resenha #10: Minha Vida de Menina

Terminei este livro hoje, após dois meses de leitura. Passei o mês de junho inteiro só fazendo trabalhos e estudando para as provas de fim de semestre. Ufa, finalmente posso respirar um pouco e aproveitar para ler mais! Talvez você nunca tenha ouvido falar desse título, Minha Vida de Menina. Eu também nunca imaginava que esse livro existisse, e o descobri por acaso em um blog sobre mulheres da história do Brasil. Helena Morley é o pseudônimo usado por Alice Dayrell Caldeira Brandt, que em 1942 publicou seu diário escrito entre 1893 e 1895 - dos 12 aos 15 anos. Dá para entender que o pai nasceu na Inglaterra e veio com a família (os pais e três irmãs) para o Brasil ainda bem jovem, e foi ele quem incentivou a filha a escrever. A mãe, filha de um minerador que ficou rico, tinha uma família grande, com a qual Helena vivia em uma relação de amor e ódio.  O que eu gosto em diários é que eles nos permitem "xeretar" a vida dos autores ao mesmo tempo que descobrimos mais sobr