Resenha de série? Tem sim, senhor!

    Olá, queridos leitores. Sei que demorei para atualizar, mas estou de volta. E volto com uma resenha de uma série da Netflix, porque fazia 84 anos que eu não assistia um seriado (o último que assisti foi Black Mirror). 
                                                
A série da qual falo se chama Perdidos no Espaço. O nome soa familiar? Sim, talvez? É porque é uma remake da série de 1965, criada pelo Mestre do Desastre, Irwin Allen. Se você nunca ouviu falar, nunca nem viu, tudo bem, eu explico mais ou menos como é essa história: na série original, era o ano de 1997 e os seres humanos já estavam prontos para colonizar um exoplaneta, em Alfa Centauri. A família pioneira, os Robinsons, é treinada para colonizar esse planeta (por que essas famílias dessas séries dos anos 60 têm esses sobrenomes? Robinsons, Jetsons, Flintstones... ) Entretanto, como no contexto da Guerra Fria a moda era colocar espiões e sabotadores em tudo, o vilão (ah, o clássico vilão da TV americana!) era um sabotador que entra de penetra na nave dos Robinsons no dia da partida - o Doutor Smith. 

    Eu não sou fã de remakes, mas como até minha mãe gostou, achei que valesse a pena dar uma chance à nova versão. Basicamente, a série foi toda adaptada ao "nosso tempo". A trama é diferente, apresentando a colonização de outro planeta como uma chance dos terráqueos de uma vida melhor (assim como as Américas estavam para a Europa), o Doutor Smith não é mais um sabotador soviético, e sim, uma mulher psicologicamente desestabilizada, ou, se preferirem, uma psicopata com alto poder de manipulação.

A atual família Robinson
     Cada episódio tem um desafio diferente, que, na maioria das vezes, só é resolvido quando os personagens trabalham como um time. A duração não é longa, cerca de 40-50min, e você mal percebe o tempo passando.  
     Os efeitos especiais são de qualidade, o que é raro em séries menos populares. A atuação é brilhante - pelo menos no áudio original, não
parece que nada é forçado ou exagerado.
Parece que você está assistindo uma pessoa comum (embora altamente treinada) reagindo às situações que vão aparecendo. Os personagens são muito bem escritos: a vilã número um da história, por exemplo, é uma pessoa bem complexa de se entender (se é que seja possível entendê-la), e apesar de ser uma mulher terrível, você acaba gostando da interpretação dela e especula o que ela fará em seguida.
     
As "crianças" também me chamaram a atenção, especialmente pelo fato de não serem tratadas como ingênuas demais, como o elemento da fofura ou que só ficam sob proteção e acabam ficando traumatizadas ou se tornando adultas de um episódio para o outro. A mais velha, Judy, de 18 anos, é a "certinha" do grupo, mas isso não a faz uma personagem chata. Eu pessoalmente me identifico bastante com ela. Pode-se dizer que ela é a "voz da razão" entre os irmãos e consegue ser mais madura do que os pais. Ela é a médica e a atleta do grupo; detesta descumprir regras, mas faz isso ocasionalmente para salvar a família. A filha do meio, Penny, é a comic-relief , ou seja, aquela que dá o tom humorístico e descontraído para a trama. Ela é aquela adolescente sonhadora, meio desmiolada, e que faz tudo do jeito dela. Reclama das tarefas de casa e leva Oreos para o espaço (por que não?). Mesmo sendo um pouco "levada" e fugindo das regras de vez em quando, ela também faz de tudo pela família e a defende acima de tudo. O caçula, Will, de 11 anos, é o mais ingênuo, o que não significa que é bobinho. Ele é inteligentíssimo, embora a ansiedade o atrapalhe em momentos decisivos, e acaba por ter como melhor amigo um alienígena-robô (na série original, é só um robô mesmo). Além do mais, Will é praticamente o centro da trama.

Mais anos 60 do que isso, só os Beatles
Enfim, eu pessoalmente gostei muito dessa adaptação pelo fato dela ser focada na família. É aquela série leve, feita para ser assistida em família num final de semana ou num feriado. Mesmo sendo classificação livre, ela consegue se manter interessante para adultos (meus pais assistiram antes do que eu). Foi uma das séries mais interessantes que vi nos últimos tempos. Como não ouvi ninguém comentando acerca dela, nem publicidade pelas ruas e na internet, achei que valia a pena divulgá-la por aqui e talvez dar um pouco de justiça à produção.  

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