Depredações e eleições

Não era a minha intenção fazer postagem hoje, especialmente porque tenho vários trabalhos e muito o que estudar para as minhas duas provas de segunda e de terça-feira. Não se assustem, não vim aqui para falar de política, e sim, de uma notícia que saiu ontem nos jornais de Brasília.

Para quem não ficou sabendo, ou não é de Brasília: ontem foi publicada uma nota pública da Biblioteca Central da UnB, a qual relatava a danificação de 5 livros (2 exemplares do mesmo volume e 3 outras obras) que tratam da temática de Direitos Humanos. O caso será investigado pela Polícia Federal e eu sinceramente espero que descubram quem fez isso, e que paguem, pelo menos,  uma multa cara para repensarem o que fizeram. 

O pior de tudo é que não é a primeira vez que isso acontece. Semana passada, enquanto eu fazia a visita ás Coleções Especiais da biblioteca, a funcionária Fernanda me contou que esses livros são constantemente alvos de depredação e que, se só há um exemplar, ele sai do Acervo Geral. Ela disse também, com muito pesar, que na maioria das vezes são adolescentes que fazem isso. Não posso dizer que foi necessariamente um adolescente, ainda do Ensino Médio, que rasgou aqueles livros. Tanto faz se foi adolescente ou estudante da UnB. Isso é crime.

É sinceramente repudiante pensar que esses jovens, por terem acesso à biblioteca e por saberem localizar esses exemplares, devem ter o mínimo de "educação" para saber que atos de vandalismo não contribuem em nada para a sociedade - pelo contrário, tornam-na ainda pior do que já está. Esse ato provavelmente foi um "protesto" contra o fenômeno recente de eleitores brasileiros que apoiam a tortura e o assassinato impune; por isso creio que pela primeira vez tal depredação tenha sido noticiada ao público. Entretanto, o que diferencia um vândalo de um político corrupto ou de um terrorista? Se ele ou ela se acha tão superior a ponto de rasgar o patrimônio de um país (afinal, a biblioteca é de uma universidade federal), esta pessoa está sendo hipócrita. Se você quer que haja uma mudança no Brasil, se você quer que haja bom-senso para que reconheçam o quanto os direitos humanos são importantes, então não cometa um ato imoral como esse.

Em vésperas de eleições, devíamos dar um exemplo de que o "Brasil que queremos" pode sim ser tangível. Fico decepcionada com atitudes tão grosseiras, tão imaturas e de mau-gosto. Espero que você, leitor, concorde com isso (se não, você é livre para expor sua opinião!).

PS: você pode acessar o link da nota "oficial" da BCE aqui: https://www.instagram.com/p/Boh5nL4Hm62/?taken-by=bceunb