Roma: o filme da Netflix que pode concorrer ao Oscar de 2019
Fazia algum tempo que eu ouvia falar desse tal filme: assim como 'O Artista', 'Roma' é todo em escala de cinza, o que já chama a atenção; ele se passa no México, nos anos 1970, e parecia que havia uma discussão se ele poderia ou não concorrer ao Academy Awards do ano que vem.
Era tudo o que eu sabia sobre o filme. Mesmo assim, decidi assisti-lo.
Primeiramente: Roma não fez sucesso sem motivo. Ele é o primeiro filme de Alfonso Cuarón, o renomado diretor de cinema (já ganhou dois Oscars e foi nomeado a outros quatro), em cinco anos. De Gravidade, situado no espaço, para Roma, situado no bairro onde o cineasta cresceu, há uma mudança gritante - não só geográfica, mas também da forma de abordagem e de sensibilização.
A história é centrada na personagem Cléo, uma empregada doméstica de uma família de classe média alta, que reside no bairro Roma, na Cidade do México. De maneira rotineira e casual, ela vai executando suas tarefas de casa e vivendo sua vida, enquanto as câmeras, quase sempre fixas, dão a impressão de que o espectador é um intruso, espiando a vida alheia. O filme captura seus momentos de trabalho, mas também as folgas que tira com a amiga - também funcionária da casa. A vida de Cléo desanda quando ela descobre que está grávida, e o pai da criança, para variar, desaparece da cena.
Enquanto isso, a família para a qual ela trabalha também não vai bem. O dono da casa, um médico bem-sucedido, está traindo a esposa e, por fim, decide ir embora. Apesar da frustração e das incertezas com o futuro, a Sra. Sofia, patroa, não despede Cléo por causa da gravidez.
Com um quê de filme cult - e com imagens belíssimas, afinal, o longa foi gravado em filme 65mm -, 'Roma' retrata belíssimas cenas e nos mostra cada vez mais a dura realidade das personagens. Cléo, sem saber o que fazer naquela situação; dona Sofia, sem saber o que falar para os filhos após a partida do pai e sem saber como se manter financeiramente. Para mim, acho que o longa-metragem mostra como, apesar das diferenças sociais, todos nós passamos por momentos difíceis - todos nós sofremos e precisamos de pessoas que se importem conosco.
O ritmo da narrativa é lento, e exige muita atenção, pois é cheio de detalhes. De qualquer maneira, é belíssimo, e recomendo a todos os que apreciam uma produção de qualidade - é um bom programa para o final de semana, aliás.
Segue algumas imagens do filme, para te motivar a o assistir:







Comentários
Postar um comentário