8 de Março e 16 Escritoras Para Ler
8 de março, o Dia Internacional da Mulher, é motivo de celebrações em todo o mundo, também de protestos e de debates acerca das questões femininas no mundo atual. Não importa como você vê este dia: o mais importante é reconhecer o seu valor histórico e a sua relevância no quesito das conquistas e da luta feminina pelo reconhecimento e espaço no meio trabalhista, político e social.
Em homenagem a nós, mulheres, deixo hoje algumas escritoras de destaque para te inspirarem. Gostaria que a lista fosse mais diversificada, tratando principalmente de autoras de outras nacionalidades, mas infelizmente ainda tenho muito como referência as brasileiras e as inglesas. Como há algumas escritoras que conheço somente pelo nome, dividi as recomendações em A (autoras que já li) e B (autoras cujos livros ainda não li). Espero que o post lhes seja útil!
Sem mais delongas...
A: Autoras que já li
1) Clarice Lispector
Não é novidade: a esse ponto quase todo mundo sabe que ela é a minha escritora predileta, especialmente por causa de sua complexidade. Em vida (e depois de falecida), uma mulher enigmática, uma "Esfinge", como Benjamin Moser a descreve no livro Clarice,. O modo com o qual ela redigia suas histórias revela de forma a "esmiuçar as entranhas" da mente feminina. Suas protagonistas geralmente são donas de casa de classe média (com exceção de Macabéa, em A Hora da Estrela, que é tipógrafa); são mulheres comuns, atarefadas com a vida cotidiana, com seus lares, com seus maridos, com o jantar da noite. Personagens cheias de questionamentos, como todas nós, e que nos levam a uma auto-crítica. A enigmática Clarise Lispector é, para mim, a maior escritora que o Brasil já teve, e todas nós deveríamos ler pelo menos uma de suas obras.
2) Agatha Christie
A autora cujo nome aparece repetidas vezes nas minhas estantes. Além de ter deixado uma obra muito extensa (200 livros publicados, sem contar com peças de teatro), ela é o segundo escritor que mais vende livros até hoje, atrás apenas de Shakespeare. Suas tramas são sempre envolventes, bem elaboradas e instigantes: não tem como ficar entediado! Gosto do modo com o qual ela desenvolve as histórias - abordando também as relações humanas em questão, e nos permite observar cada personagem de acordo com seus trejeitos, seu modo de falar, suas companhias... Resumindo: a Rainha do Crime é um dos melhores autores de ficção policial (para mim, dá de lavada em Conan Doyle com Sherlock Holmes e em Jonh Grishman).
3) Malala Yousafzai
Tecnicamente, ela não é uma escritora, mas a trajetória sua luta em favor do direito à educação das meninas e mulheres de seu país, o Paquistão, é digno de um best-seller. Há de ter-se muita coragem para fazer o que ela fez (e faz, tanto que até hoje é ameaçada de morte). Com apenas 17 anos, em 2014, ela se tornou a mais jovem vencedora do Prêmio Nobel da Paz, e hoje estuda na melhor universidade do mundo, Oxford. Imagine só! Mesmo ainda sendo nova (21 anos), há muito o que aprender com essa jovem e com sua história tão comovente e inspiradora, que deu-lhe o status de ícone da luta pelos direitos das mulheres.
4) Rachel de Queiroz
Até o momento só li O Quinze, de sua autoria, mas achei revelador o modo com o qual ela narra a vida no sertão cearense durante uma das estiagens mais longas do século passado, e as diferenças entre os ricos e os pobres na região. Seus personagens parecem tão reais que as denúncias ficam ainda mais reveladoras e angustiantes de se ler.
5) Charlotte Brontë
Eu poderia dizer: "Ah, as três irmãs Brontë são importantes!", mas Jane Eyre, da Charlotte, foi o único romance que eu li (então não posso julgar Emily e Anne). A história é uma obra de arte: melancólica; uma história de superação, talvez; uma história de amor que transpõe as barreiras dos costumes e dos cânones da época. Ela não deixa de lado a complexidade das relações humanas, como a mentira, a traição, a paixão, o ressentimento e os desejos de liberdade e de felicidade. Com uma protagonista inusitada, Charlotte nos traz o âmago da mente de uma jovem mulher, e escreve um dos romances góticos mais marcantes da literatura.
6) Carolina de Jesus
Uma autora ainda pouco conhecida, infelizmente, aqui no Brasil, mas que aos poucos vai sendo inserida e reconhecida como uma das grandes personagens da nossa literatura. Carolina era uma catadora de papel em São Paulo, e escrevia diários em papéis que coletava, nas décadas de 1950 e 1960. Com um grau de conhecimento maior do que de muitos dos seus vizinhos da favela (já que ela era alfabetizava e tinha gosto pela leitura), a autora relatou a vida na comunidade, suas aflições, as encrencas com as vizinhas, as malcriações dos filhos e toda a dureza, mas também a beleza e a simplicidade da vida. Quarto de Despejo foi uma das leituras mais gostosas que já fiz, e o livro me ensinou a ver e a valorizar as pessoas além do que elas aparentam ser. Super recomendo!
7) Jane Austen
Atire a primeira pedra a mocinha que nunca viu Orgulho e Preconceito ou Razão e Sensibilidade e não se apaixonou com as declarações de amor daqueles gentlemen, ou sonhou com os galantes bailes e as casas do início do século XIX. Além disso tudo, Jane Austen foi uma das primeiras escritoras a serem mundialmente reconhecidas (se não me engano, seus livros foram os primeiros best-sellers escritos por uma mulher). Suas obras retratam não só as paixões, mas também as críticas à sociedade e aos costumes da época, especialmente em relação à burguesia e sua excessiva preocupação com dotes e festas, às questões de herança e, é claro, representa fidedignamente os conflitos internos femininos.
8) Lygia Fagundes Telles
É mistério que você quer? Terror? Suspense? Pois saiba que essa velhinha (que publica desde novinha, e chegou a ter como "mentor" literário ninguém mais, ninguém menos do que Monteiro Lobato) até hoje escreve histórias de arrepiar os pelos. Acho que não é preciso dizer demais, pois eu acabaria estragando a sensação de ler um conto ou um livro dela pela primeira vez e ser surpreendida por sua genialidade.
9) J.K. Rowling
(Sem comentários, né? Todos nós já ouvimos falar dela, e a esse ponto quase o mundo inteiro já leu seus livros)
10) Suzanne Collins
Houve uma época em que eu era obcecada por Jogos Vorazes, e com certeza a autora seria a primeira na minha lista. Hoje, reconheço que há poucos escritores de distopia, não importa se voltados para o público juvenil ou não, que conseguem te prender com o enredo e com seus personagens. Suzanne Collins é um desses escritores.
B: Autoras que (ainda) não li
1) Joyce Meyer
A autora cristã mais conhecida; segundo a Wikipédia, também é professora bíblica em um seminário. Muitas de suas obras são devocionais e escritos para mulheres, abordando temas como abuso sexual, casamento, coração partido, filhos, vida espiritual feminina. Também escreveu sobre doenças e distúrbios mentais, finanças, simplicidade, liderança... enfim, uma longa lista de assuntos. Nunca li um livro dela, mas já acompanhei passagens de seus devocionais e acho muito pertinentes e fortalecedores para a alma.
2) Virginia Woolf
De seus textos, só li Um Quarto Para Si, que é um ensaio feminista a respeito da falta de escritoras no mercado literário (independentemente de você ser feminista ou não, a leitura desse texto vale super a pena!). Entretanto, sua obra mais famosa é a novela Mrs. Dalloway, livro que tenho em casa, já tentei ler duas vezes e nunca consegui. Ela parece uma autora complexa, e confesso que Mrs. Dalloway me deixou confusa; mesmo assim, Virginia Woolf é consagrada como um dos principais escritores modernistas.
3) Margaret Atwood
Não se deixe enganar com essa cara de meiga: essa mulher é capaz de escrever conteúdo bem pesado! Para quem curte The Handmaid's Tale, sabe que as histórias de Margaret Atwood não amenizam nada para ninguém e não suavizam a violência. Além do Conto de Aia, ela escreveu outras histórias perturbadoras e com um viés bastante reflexivo (ou, pelo menos, foi o que já li a respeito).
4) Chimamanda Ngozi Adichie
Nunca li nenhum livro de nenhuma autora africana, então claro que tenho vontade de ler algum livro dessa escritora contemporânea! Os assuntos tratados por ela dialogam sobre a desigualdade das oportunidades entre homens e mulheres, a vida de imigrantes longe de sua terra natal, e sobre feminismo.
5) Michelle Obama
A primeira-dama estadunidense mais famosa desde Jackie Kennedy, e que conquistou o mundo todo; ano passado Michelle Obama retornou à sua carreira literária com o livro Minha Vida (que já está na minha lista de compras/locação, se eu achar em uma biblioteca). Uma mulher tão inteligente e eloquente como essa, não tinha como sair um livro ruim, né?!
6) Isabel Allende
A primeira-dama estadunidense mais famosa desde Jackie Kennedy, e que conquistou o mundo todo; ano passado Michelle Obama retornou à sua carreira literária com o livro Minha Vida (que já está na minha lista de compras/locação, se eu achar em uma biblioteca). Uma mulher tão inteligente e eloquente como essa, não tinha como sair um livro ruim, né?!
6) Isabel Allende
Prima de segundo grau do ex-presidente chileno Salvador Allende, a autora é uma dos escritores latino-americanos mais conhecidos no mundo. Até hoje não sei exatamente sobre o que ela escreve (se entra mais no gênero do mistério ou se tem algo de exotérico neles), mas quando eu for ler, descubro (hahaha).
E para vocês, quem são as suas escritoras preferidas?
PS: Queria ter escrito mais um pouquinho, mas a ideia do post me veio de última hora e hoje meu dia foi cheio de coisas para fazer. Vou ficar devendo uma Parte Dois para o ano que vem (quem sabe!). Espero que tenham gostado do post; foi corrido, mas foi de coração 💖
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