Resenha #11: Admirável Mundo Novo
Imagine um mundo onde as pessoas são produzidas industrialmente e idolatram Henry Ford. Agora adicione um pouco de reflexões filosóficas à lá Clarice Lispector. Nada disso parece combinar, certo? Entretanto Aldous Huxley juntou tudo isso na distopia mais poética que já li. Para um livro publicado em 1932, o autor poderia muito bem ser um viajante no tempo, pois preveu o sucesso das televisões, do cinema 6D (sensível), dos aspiradores de pó, dos anticoncepcionais, dos balões meteorológicos e sabe-se lá o que mais. No mundo de Admirável Mundo Novo ninguém nasce, e sim, é decantado e condicionado desde a fase embrionária a predestinadores, em uma esteira de produção no modelo fordista. De acordo com a classe - alfa, beta, gama, delta e ípsilon, o feto recebe compostos químicos que o adequam às funções sociais que o futuro humano irá desempenhar. Na infância, uma espécie de lavagem cerebral (hipnopedia) continua a controlar os "pensamentos" de cada um, convencen...