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Porque parei de escrever

Não que eu deva satisfação a ninguém, mas sei que ando sumida por aqui e vou explicar um pouquinho o porquê dessa ausência. Primeiramente, lanço as seguintes perguntas para começar este texto: escrever por quê? Escrever pra quem, e com qual intenção? Escrever porque eu gosto . Esse foi o principal motivo de eu ter dado início a este blog. Mas, uma vez que você começa a publicar o que escreve, parece que dá aquela travada na criatividade. Mesmo que não haja uma demanda, eu sempre fico pensando: "o próximo texto tem que ser melhor do que o último", ou "tem que ter uma divulgação melhor". Daí isso acaba matando, de tempos em tempos, o processo de escrever por prazer. Escrever para quem tiver paciência de ler . Às vezes, essas pessoas serão apenas a minha mãe e minha melhor amiga; às vezes, a audiência é até maior, o que me alegra bastante. Mas confesso que, se a intenção desse blog fosse escrever somente para quem é mais próximo de mim, eu nem precisaria m

Resenha #28: Vozes de Tchernóbil

Não entendi o porquê da tradução "Tchernóbil" no título, então, como Chernobil é o modo mais correto de se escrever em português, é assim que vou me referir ao nome da usina nesse post. Enfim, uma vez que já dei esse aviso, podemos prosseguir. O livro "Vozes de Tchernóbil" é um emocionante compilado da história oral do desastre nuclear mais conhecido no mundo. A obra, da jornalista e escritora bielorrussa Svetlana Aleksievitch, é o resultado de quase três décadas de relatos, e recebeu o Pêmio Nobel da Literatura em 2015. É realmente impactante a dedicação e a sensibilidade de Aleksievitch para viajar, ver e ouvir pessoas, além de transcrever e selecionar tantas conversas. Imagino que ela tenha tido milhares de páginas e horas de gravação dentre as quais pouco foi colocado no resultado final.  Embora circule em torno da temática do desastre, a proposta do livro não é tratar do fato em si, mas da história omitida, das vidas de quem foi afetado pelo acidente.

Amarelo.

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Hoje, 10 de setembro, é o dia mundial da prevenção do suicídio. No Brasil, é o "ápice", se assim posso dizer, do Setembro Amarelo - a campanha nacional de conscientização a respeito desse mal. Todos nós podemos pesquisar dados a respeito de quantas pessoas dão fim à própria vida a cada ano  no mundo . Não quero entrar a fundo nas estatísticas. Este texto será apenas um breve ensaio acerca do tema: sem números com os quais me embasar; sem citações de psicólogos e pensadores famosos para encher linguiça. Serei apenas eu e minhas palavras. Peço desculpas se não for o suficiente.  Há  toda uma história  a respeito do porquê do amarelo para representar este mês. Penso que o amarelo é uma cor bastante simbólica, pois em seu estado comum ela remete a um sentimento de felicidade e de completude. Lembro até de que teve uma época (saudosa era do Tumblr) em que circulava a história de que Van Gogh comia tinta amarela "na esperança de que ele ficasse feliz". Se isso é ou n

Brasil adentro

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Mês passado fiz uma viagem que pode ser considerada fora do roteiro de muitos brasileiros, mas que foi, na minha opinião, o passeio mais estonteante de todos dentre os que havia eu feito até então. Embarquei com meus pais ao Amazonas, e lá fomos surpreendidos positivamente, tanto com a capital, Manaus, bem-organizada, quanto à estadia deslumbrante na mata amazônica. Minhas primeiras impressões de Manaus, de onde partiu a aventura, me fizeram quebrar alguns pré-conceitos que eu tinha em relação à região Norte. Eu imaginava que a cidade não seria tão grande (embora seja referência entre todas as capitais na região), que estaria bastante descuidada pelo governo e que o calor de lá seria infernal, misturado com um bafo da umidade oriunda dos rios. Cheguei sem expectativa nenhuma e logo na saída do aeroporto me deparei com um engarrafamento ao longo de uma avenida. Bom, fosse em um dia de semana minha surpresa não seria tão grande, mas era pleno domingo. Quem é de Brasília sabe que, po

Resenha #27: Antes do Baile Verde

A dose de literatura que trago hoje (provavelmente a última dessas férias) é de autoria de uma grande escritora brasileira, a paulistana Lygia Fagundes Telles. Antes do Baile Verde é uma de suas obras mais aclamadas, e nela está o seu conto mais famoso, Venha Ver o Pôr do Sol . O livro, publicado em 1970, ajunta contos com temáticas com as quais eu, até então, não havia me deparado nas histórias da autora. Apesar de estar familiarizada com seus personagens problemáticos, eu só conhecia os contos mais "macabros" de sua autoria. A leitura é rápida, embora eu tenha demorado quase um mês para terminar o livro. Todas as histórias são recheadas de diálogos - embora a primeira tenha, na minha opinião, uma quantidade significativa de descrições - e isso dá uma dinâmica muito boa para quem é, como eu, meio devagar com a leitura. O fato de os contos serem desconectados e curtinhos, no máximo seis páginas, foi um ponto a meu favor durante a viagem. Uma palavra que, para mim, de

Resenha #26: Curto-circuito

A resenha que lhes trago hoje é sobre um livro tão contemporâneo que nem mesmo completou dois meses de publicação. Um livrinho pequeno, com 81 páginas e um conteúdo que me surpreendeu positivamente. O autor é Paulo Paniago, um dos professores mais conhecidos na Faculdade de Comunicação da UnB e, uma vez que peguei matéria ministrada por ele, fiquei curiosa para ler o livro por causa da divulgação que ele fez.  A proposta é, em poemas de duas linhas, trazer reflexões a respeito de como vivemos, da política, de como tratamos nós mesmos e os outros, além de questionar as "verdades incontestáveis" do senso comum. Se você acha que fazer isso é fácil, meu amigo... Eu li o livro em uns 30 minutos, no máximo, mas tive que parar, às vezes, entre um poema e outro. A segunda linha (ou verso, seja lá qual for o caso) pode te fazer pensar profundamente em um assunto tão aleatório, mas tão aleatório, que sua linha de pensamento entra "em pane".  Os poemas são debochados

Para brasilienses que amam livros e café

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AVISO: Por mais que pareça, este post  não  é patrocinado (poderia ser, mas não tenho  status  de influenciadora digital - por enquanto estou só nos perrengues para manter o blog ativo no final de semestre 😅). Trago aqui a certificação de que todos os meus relatos são reais e de que estou apenas compartilhando minha própria experiência.  No final de junho visitei uma cafeteria que eu tinha vontade de conhecer desde o início do ano: a  Blend Café , na 405 Sul. Lugares como este merecem ser divulgados porque, em uma cidade como Brasília, é muito raro achar um local bacana, com bom atendimento, comidinhas gostosas e com preços não abusivos para o padrão do Plano Piloto. Eu deveria ter feito um vídeo estilo  tour  pela cafeteria, mas resolvi fotografar mesmo, o que costuma ser minha especialidade. O pessoal que trabalha lá no café é super gente boa: quando falei que tenho um blog de resenhas literárias e que gostaria de mostrar a Blend para os meus leitores, eles acharam ótimo e